SERGIO MESQUITA

Desobediências da crítica nas encruzilhadas literárias

Sob a organização de Paulo Petronilio Petrot e Pedro Mandagará, a coletânea intitulada “Desobediências da crítica nas encruzilhadas literárias” está dividida em quatro partes. Na primeira, intitulada “DAS DESOBEDIÊNCIAS LITERÁRIAS,
DESOBEDIÊNCIAS DA CRÍTICA” Paulo Petronilio trata de temas como desobediência, diferenças, ancestralidade, tendo como perspectiva de análise um profundo mergulho nos modos de interpretar e de produzir conhecimento, que são inspirados em epistemologias africanas. Na segunda parte, esta coletânea traz discussões sobre corpos dissidentes, o ambiente escolar e estudantes travestis, graças à contribuição do pesquisador Vinícius de Oliveira Mota. Nessa mesma parte, Letícia Victória Alves Mamédio discute aspectos da musicalidade do RAP e do Blues. Por outro lado, temos as reflexões de Ana Clara de Oliveira acerca da Luta Feminista, da Etnofobia e do Racismo. Liara Oliveira Magalhães, por sua vez, trata de questões atinentes ao universo QUEER. Fechando a segunda parte da Coletânea, Moacir Oliveira de Alcântara nos convida a pensar acerca do AfroPunk. A terceira parte, à semelhança das anteriores, coloca o leitor diante de problemas relevantes para a atualidade. Com efeito, Nathielen Fernandes de Oliveira faz pensar sobre Literatura que trata de aquilombamento. Seguindo trilha investigativa assemelhada, Tatyana Alves Conceição propõe ao leitor um mergulho na obra de Conceição Evaristo. Esses são alguns exemplos do tipo de discussão que essa Coletânea traz ao leitor, ou seja, questionar as noções Colonialidade, Decolonialidade, Patriarcado, Resistência feminina, entre outras.

O que quer o Eleitor? Opinião pública sobre redistribuição no Brasil

No Brasil, a aprovação às políticas de combate à desigualdade de renda é massiva. A ideia de progressividade nos impostos tem grande apelo popular e seria fundamental para o governo agir nessa direção, mas as leis aprovadas em matéria tributária focam só em isenções. Como explicar esse aparente descompasso? Estariam os governos e o Congresso ignorando as demandas da sociedade? Este livro esmiúça dados de pesquisas de opinião para entender o que o eleitor realmente pensa sobre redistribuição. A análise incorpora não apenas a realidade objetiva das pessoas, mas também suas percepções e crenças. Quem é, afinal, essa categoria vista como “rica” que a população diz que deveria financiar programas sociais robustos? O leitor, capítulo a capítulo, se toma conta que a dimensão dos custos é crucial para entendera preferência do eleitor. O X da questão parece ser: quem está disposto a pagar pelo Estado de bem-estar?

Perspectiva dialógica nos estudos da tradução e interpretação da língua de sinais

Nessa obra, publicada pela parceria de Edições Verona com a Editora Hucitec, tradutoras/tradutores/intérpretes de Libras, que são igualmente pesquisadores de linguagem e especialmente da tradução Libras-português e português-Libras, unem experiência prática e saber teórico para discorrer, aprofundada e amplamente, acerca da tradução desse par de línguas – de diversificados pontos de vista. Partem elas e eles de uma perspectiva bakhtiniana, em estudos que mostram a riqueza da concepção dialógica de linguagem e sua ressignificação por pesquisadores da chamada Escola Brasileira de estudos bakhtinianos, estudiosos que propuseram a ADD – Análise Dialógica do Discurso. Trata-se de estudos acadêmicos imersos na prática, engajados na tarefa de fazer que culturas se comuniquem e se enriqueçam mutuamente.

Educação, Democracia & Diretos Humanos; pautas para a contemporaneidade

“Educação, democracia & diretos humanos; pautas para a contemporaneidade” é uma obra resultante das atividades de pesquisa do Grupo Interdisciplinar de Estudos Culturais e Linguagens na Contemporaneidade (GIECLC), da Linha de Pesquisa Culturas e Artes na Contemporaneidade, do Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura, da Universidade Presbiteriana Mackenzie (PPGEAHC/UPM), que contou com o apoio do Mack Pesquisa (Fundo Mackenzie de Pesquisa e Inovação), bem como recebeu suporte da Rede Internacional de Pesquisa em História e Culturas Contemporâneas (RIPHCC). Os textos presentes nesta coletânea versam sobre as articulações entre Educação, Democracia e Direitos Humanos, como pautas urgentes para a contemporaneidade. Assim, a ideia é propor um canal de diálogo e reflexão sobre o nosso conturbado contexto atual, a partir das experiências e perspectivas de diferentes pesquisadores.

A guerra da propaganda: São Paulo, 1932

A guerra da propaganda: São Paulo, 1932

O proposito deste livro é compreender os mecanismos da propaganda e da contrapropaganda paulista durante o chamado “movimento constitucionalista”, desencadeado no dia 09 de julho de 1932, na cidade de São Paulo, onde são analisadas as técnicas de elaboração e difusão da propaganda, bem como seus efeitos, o uso das mídias — então tecnologicamente disponíveis — o recurso às artes visuais, à imprensa, ao rádio e ao cinema, a heráldica e a medalhística, o emprego da censura e a presença dos boatos, bem como impactos remanescentes. Todo esse esforço torna possível perceber, ao menos em parte, o porquê, passados quase noventa anos daquele movimento armado, visões distintas e não isentas de paixão ainda marcam suas análises e o conflitos de narrativas e os argumentos que as sustentaram em 1932. A pesquisa limitou sua análise à propaganda e à contrapropaganda paulista, nos momentos que antecederam e durante o movimento cívico-militar, concentrando o foco da pesquisa nos quase três meses de luta. Assim, a proposta do autor é observar como se processou a construção — por meio da propaganda paulista — a ideia de que o movimento de 1932 era essencialmente constitucionalista; investigar como foram empregadas técnicas de censura, contenção de boatos e notícias falsas; analisar como atuou a propaganda paulista na desconstrução das informações de seus adversários, que classificava o movimento como separatista, comunista, fascista ou elitista, divorciado dos interesses das classes proletárias e identificar, na contemporaneidade, reflexos nas imagens, na vida cotidiana e na toponímia — artes e mídia — associados ao movimento constitucionalista.

Mecanismos imprevisíveis da cultura

Mecanismos imprevisíveis da cultura

Publicação inédita em português, tradução (feita por Irene de Araújo Machado) do livro Непредсказуемые механизмы культуры, do pesquisador russo Iúri Lotman, que recebe o título “Mecanismos Imprevisíveis da Cultura”, preservando o conceito fundamental do pensamento semiótico lotmaniano de dinâmica cultural, em que nada existe nem pode ser observado isoladamente. «Mecanismo» concentra o pensamento de cultura em operação e movimento transformador e imprevisível. O trabalho de tradução surgiu dos interesses de pesquisa no campo da semiótica da cultura de extração russa na universidade brasileira em diálogo com pesquisadores latino-americanos e inclui a tradução de todos os prefácios e posfácios publicados no original russo e nas diferentes versões do italiano e do inglês. É importante lembrar que o texto que registra o pensamento de Lotman só foi possível graças à tradução em signos da escrita de sua fala. O núcleo central da abordagem surgiu quando Lótman se recuperava de um AVC que o atingiu em maio de 1989. Impossibilitado de ler e escrever, mas com a mente lúcida e trabalhando incessantemente, iniciou a produção de ensaios por meio de ditados que ele realizava por outras pessoas. Inicialmente a tarefa coube à sua esposa, Zara Grigoriévna Mints, todavia, com sua morte em 1990, Tatiana Kuzovkina e Vladislava Gekhtman assumem a função de secretariar Lotman. Com isso, o verdadeiro original russo dos ensaios reunidos sob o título de Um tributo à cultura (1990-1992) só existiu na voz e não na letra de seu autor.

Expectativas democráticas: o Brasil a partir de representações culturais

Expectativas democráticas: o Brasil a partir de representações culturais

“Expectativas democráticas: o Brasil a partir de representações culturais”, em um esforço reflexivo dos membros do Grupo Interdisciplinar de Estudos Culturais e Linguagens na Contemporaneidade [coordenado pela Profa. Dra. Rosangela Patriota na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)], reúne textos que foram produzidos ao longo do ano de 2022, quando “novas” expectativas democráticas pulsavam em nossos horizontes políticos públicos dado o calor das eleições gerais. Por inspiração da conjuntura e dos debates feitos em torno de A Teia do Fato: uma proposta de estudos sobre a memória histórica (1997), de Carlos Alberto Vesentini, a obra partiu da seguinte questão: quais são os diferentes significados da democracia? Se o passado, como destacado por Walter Benjamin em suas teses Sobre o Conceito de História, não pode ser tomado como uma imagem “eterna”, ou um conjunto isolado de eventos que falam por si só, é necessário questionarmos a historicidade das memórias que mobilizam diferentes experiências e expectativas pretéritas, problematizando as forças da sociedade que compuseram os mecanismos de esquecimento e lembranças de nossa cultura por meio do retorno ao processo histórico. É nesse sentido que o objetivo principal deste livro foi acolher de forma democrática a diversidade interdisciplinar de pesquisas do grupo de estudo. Assim, múltiplas representações, sensibilidades e manifestações culturais permitiram refletir sobre a pluralidade das significações da democracia.

Corpo (en)cena: ensaios urgentes

Corpo e cena. Corpo que encena. Corpo que precisa respirar, em meio à angústia provocada pelo caos humano, político e ambiental. Como falar em urgências para nossos corpos, para nossa relação com a presença? Os ensaios aqui publicados, alguns mais, outros menos, carregam uma certa desesperança, uma melancolia de futuro que constitui a obra como um todo. É uma presença melancólica que, de certa forma, nos impulsiona a buscar, nos estudos de corpo e(n)cena o quê, nesta relação, nos soa como urgência, como alívio para nossas tensões, como remédio para a alma.

Linguagem, Corpo e Estética na Educação

Linguagem, Corpo e Estética na Educação

Esse e-book é uma iniciativa das/dos docentes da Linha de Pesquisa Linguagem, Corpo e Estética na Educação (LICORES), vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná (PPGE/UFPR/Curitiba-PR-Brasil). Além dos textos de pesquisadoras/es do Brasil, esse e-book conta com autoras/es do exterior (França, Índia e Equador), o que contribui para o resultado obtido: um excelente panorama dos estudos na área. A obra, assim como a linha de pesquisa LICORES, busca dar lugar e visibilidade aos sujeitos, suas subjetividades, trajetórias, e aos modos de anunciar sensibilidades e afetos; bem como, considera pertinente dar forma à construção de possibilidades de ser, de viver e se constituir, na escola e em contextos educacionais não escolares. Temos, assim, um conjunto de ensaios que abordam a investigação das formas de expressão, comunicação e formação humanas, pautadas nos estudos da linguagem, do corpo e da estética, considerando suas potencialidades teórico-práticas no campo da pesquisa em Educação.

Escola para todos e as pessoas com deficiência; contribuições da terapia ocupacional

Escola para todos e as pessoas com deficiência; contribuições da terapia ocupacional

O livro pretende estimular o leitor a refletir sobre os possíveis deslocamentos do objeto da Terapia Ocupacional no campo da Educação de abordagens biomédicas, organicistas, cujas origens estão no movimento eugênico, para abordagens fundamentadas em princípios epistêmicos e éticos alinhados com a possibilidade de exercer a liberdade, a imaginação e o diálogo vivo com as experiências. Pondera sobre as ações práticas da Terapia Ocupacional no contexto escolar, considerando as particularidades do seu cotidiano e dos seus coletivos, tendo como finalidade a escola para todos e suas interconexões com o pensamento crítico. Deseja ainda, por meio de diferentes relatos de experiências, instigar o leitor a dialogar com temas atuais como os preconceitos, estigmas, medos, intolerâncias presentes nas relações interpessoais e institucionais do contexto escolar.